Quando elevamos ao Céu o nosso olhar suplicante, há para todos nós os que se afligem na provação, uma carinhosa e compassiva Mãe que nos ampara e consola…
Apieda-se da nossa dor, olha-nos com misericórdia e manda-nos então o anjo de sua bondade para balsamisar os nossos padecimentos…
É Celina a suave mensageira da Virgem — a Mãe de todas as mães, gênio tutelar da humanidade sofredora.
Quando o pranto aflora nos olhos das que são esposas e mães na terra, no coração das quais muitas vezes se concentra a amargura, vem Celina e toma-as nos seus braços de névoas resplandecentes e através dos ouvidos da consciência, lhes diz com brandura baixinho, docemente: — Veio a dor bater à vossa porta? Coragem! —… Não vos desanimeis nas ásperas lutas que objetivam o vosso aprimoramento moral. Pensai n´Aquela que teve sua alma recortada de martírios, lacerada de sofrimentos, atormentada de angústia. Ela se desvela do Céu por todas aquelas almas que escolheram suas pegadas de Mãe amorosa e compassiva, foi ela que escutou a oração de vossa fé e enviou-me para que eu vos desse as flores do Seu Amor Sacrossanto, portadoras de paz, da humildade e sobretudo da paciência, porque o acaso não existe e tudo na vida, obedece a uma lei inteligente de causalidade que foge aos vossos olhos impossibilitados de ver a tudo. Tomai as minhas mãos! Cumpri austeramente todos os vossos deveres, fechai os olhos àquilo que pode obstar os vossos passos para a Luz e caminhai comigo… Os anos são minúsculas frações de tempo e um dia sem vos deterdes com o cansaço, chegareis ao pé d´Aquela que é a vossa Mãe Desvelada de todos os instantes!…
E todas aquelas que a ouvem sentem-se sustentadas por um abraço tutelar na noite escura das dores e vertendo lágrimas amargosas preparam-se e se iluminam, na pedregosa senda da Virtude para respirarem os ares felizes do encantado país onde desabrocham os lírios maravilhosos da Esperança!
Maria João de Deus
Recebida por Francisco Cândido Xavier em 27/3/1935 em Pedro Leopoldo
A Felicidade de Bezerra de Menezes
“Um dia, perguntei ao Dr. Bezerra de Menezes, qual foi a sua maior felicidade quando chegou ao plano espiritual. Ele respondeu:
— A minha maior felicidade, meu filho, foi quando Celina, a mensageira de Maria Santíssima, se aproximou do leito em que eu ainda estava dormindo e, tocando-me, falou, suavemente:
— Bezerra, acorde, Bezerra!
Abri os olhos e via-a bela e radiosa.
— Minha filha, é você, Celina?!
— Sim, sou eu, meu amigo. A Mãe de Jesus pediu-me que lhe dissesse que você já se encontra na Vida Maior, havendo atravessado a porta da imortalidade. Agora, Bezerra, desperte feliz.
Chegaram os meus familiares, os companheiros queridos das hostes espíritas que me vinham saudar. Mas eu ouvia um murmúrio, que me parecia vir de fora. Então, Celina me disse:
— Venha ver, Bezerra.
Ajudando-me a erguer do leito, amparou-me até uma sacada, e eu vi, meu filho, uma multidão que me acenava, com ternura e lágrimas nos olhos.
— Quem são, Celina? — perguntei-lhe — não conheço a ninguém. Quem são?
— São aqueles espíritos atormentados, que chegavam às sessões mediúnicas e a sua palavra caiu sobre eles como um bálsamo numa ferida em chaga viva; são os esquecidos da Terra, os destroçados do mundo, a quem você estimulou e guiou. São eles, que o vêem saudar no pórtico da eternidade…
E o Dr Bezerra concluiu:
— A felicidade sem limites existe, meu filho, como decorrência do bem que fazemos, das lágrimas que enxugamos, das palavras que semeamos no caminho, para atapetar a senda que um dia percorremos.”
“O Médium” Julho/Agosto de 1998.
Fonte:
Matérias extraídas dos Jornais O Espírita Mineiro e Correio Fraterno do ABC.