Todos necessitamos de reconforto nos dias de aflição.
Isso é justo. Por outro lado, porém, importa reconhecer que a Providência Divina, não nos dá dificuldades sem motivo. Entendendo-se, pois, que o Senhor jamais nos abandona às próprias fraquezas, sem permitir venhamos a carregar fardos incompatíveis com as nossas forças, toda vez que escorados em nossas tribulações, fujamos de usar a consolação, à maneira de flor estéril.
Aproveitemos a bonança que surge depois da tormenta íntima para fixar a lição que o sofrimento nos oferece.
Não nos propomos, sem dúvida, elogiar os empreiteiros de contrariedades e os fabricantes de problemas, no entanto, é preciso certificar-nos com respeito às vantagens ocultas nas provações que nos visitam.
Quem poderia adivinhar a que abismos nos levaria o amigo menos responsável, a quem nos confiamos totalmente, se ele mesmo não nos desse a beber o fel da desilusão com que se nos descerram os olhos para a verdade?
Quem conseguiria medir os espinheiros de discórdia em que chafurdaríamos o espírito, não fossem as decepções e lutas suportadas por nossa equipe de trabalho, a nos ensinarem a união imprescindível para senda a palmilhar?
Ingratidão, em muitos casos, é o nome da bênção com que a Infinita Misericórdia de Deus afasta de nós um ente amado, para que esse ente amado, por afeto em descontrole não nos induza a desequilíbrio.
Obstáculo no dicionário da realidade, em muitas ocasiões, significará apoio invisível para que não descambemos na precipitação e na improdutividade.
Pranto e sofrimento exclusivamente para lamentar e desesperar seriam apenas corredores descentes para desânimo e rebeldia.
Chorar e sofrer, sim, mas para reajustar, elevar melhorar, construir.
Nossas provas – nossas bênçãos.
Reflete nos males maiores que te alcançariam fatalmente se não tivesses o socorro providencial dos males menores de hoje e reconhecerás que todo contratempo aceito com serenidade é toque das mãos de Deus, alertando-te o coração e guiando-te o caminho.
Orientação extraída do livro “Na Hora do Testemunho”, psicografado por Francisco Cândido Xavier, edição Paidéia.